Seria A Farsa de Guinevere o meu pior livro de 2021?
Mais um dia, mais uma chance de me apaixonar por Kiersten White indo pelo ralo. E não é que eu não tenha me esforçado para gostar dos livros dela, sabe? É só que eu vou com uma expectativa que é completamente diferente da realidade.
A Farsa de Guinevere se passa dentro do universo de Camelot, certo? Na minha cabeça — e pela sinopse — eu ia viver uma grande aventura, cheia de mistérios, magia negra e reviravoltas com uma protagonista badass.
Eu nem consigo colocar em palavras o quanto isso está longe da realidade.
Ao invés de grandes aventuras, nós temos um enredo que não caminha, uma heroína adolescente passiva e personagens tão apagados que, confesso não lembrar dos nomes de alguns deles.
Mas, como toda boa resenha, vamos destrinchar tudo o que deu errado pra mim em A Farsa de Guinevere.
Um enredo que não acontece absolutamente nada
Quero deixar claro que eu não acho que a escrita da Kiersten seja ruim, mas a forma como ela constrói os acontecimentos ao longo do enredo realmente é algo que me incomodou do começo ao fim do livro.
A Farsa de Guinevere dá muito foco para o emocional da personagem principal e pouco desenvolve os acontecimentos que são realmente relevantes para a história.
Por exemplo, a Guinevere foi enviada para proteger o Arthur, certo? Só que o Arthur passa grande pare do livro ocupado com outras coisas, viajando sem a Guinevere e se envolvendo com problemas políticos que ela claramente deveria ser envolvida para protegê-lo.
Outro ponto é que a ameaça de magia das trevas me pareceu pouco relevante para a história. Primeiro porque a própria personagem me fez entender que talvez ela não tenha o poder necessário para combater o mal, caso ele aconteça. Segundo, ela passa a maior parte do livro preocupada em ser uma boa rainha de mentira do que realmente investigando as coisas.
O resultado disso? A história simplesmente não caminha.
Você acaba não tendo nenhum elemento instigante para manter seus olhos presos nas páginas do livro. Até pelo menos 280 páginas, tudo o que você consegue são diálogos cansativos sobre como a Guinevere (de mentira) não sente que consegue ser uma boa esposa para o Arthur ou uma boa rainha para Camelot.
Esse não deveria ser o foco dela, mas não seria um problema se não fosse justamente o que torna o enredo cansativo pra quem lê.
Uma heroína passiva demais para deixar a história interessante
Eu tenho muitos problemas com a Guinevere como protagonista desse livro.
O primeiro deles é que ela é extremamente passiva nas suas atitudes. Ela observa mais do que age e deixa suas emoções tomarem conta da situação com muita facilidade. É mais do que óbvio que ela não está com a cabeça focada na missão.
O segundo é que Guinevere é uma adolescente de 16 anos que, até então, morava num buraco qualquer com o Merlin. Ou seja, é a primeira vez que ela tem um contato real com outras pessoas e isso reflete de uma forma muito dura na maneira como ela se comporta.
Isso também não seria um problema se não fosse a única coisa do enredo inteiro.
São páginas e mais páginas da personagem descrevendo a sensação de tocar o peito másculo do Arthur sem querer, ou a forma como as costas dela roçam no peito másculo do Mordred quando ele a segura durante uma cavalgada.
Ou o cheiro masculino de qualquer pessoa do sexo oposto dando um pouco mais de atenção do que ela estava acostumada a receber.
Eu não posso julgar a Kiersten White por ter desenvolvido esse lado da personagem, mas eu posso julgá-la por ter ignorado completamente o enredo do livro para dar foco nesse detalhe específico.
No fim, Guinevere decai de uma heroína com todas as características e elementos para torná-la a melhor personagem desse livro e se resume apenas em uma adolescente com problemas com o pai e hormônios descontrolados.
O Arthur é completamente irrelevante no livro
Eu quero lembrar, mais uma vez, que esse livro se passa em Camelot e que o personagem mais icônico dessas lendas é o rei Arthur. O problema é que pra Kiersten White isso não faz a menor diferença já que, ele basicamente desaparece logo no começo do livro e faz poucas aparições só pra causar desconforto e frustração na nossa protagonista.
Sinceramente? Não consegui entender muito bem qual é do personagem.
A personalidade dele é apresentada de uma maneira muito superficial e não consigo dizer até onde ele realmente está envolvido nos acontecimentos do livro. Emocionalmente envolvido.
Ele é apresentado como um bom rei, mas as atitudes que ele toma ao longo do livro me fazem questionar se o Arthur das lendas populares de Camelot realmente teria uma atitude parecida com aquela.
Ele segue sendo um mistério e me deixando com a pulga atrás da orelha. Fora que, sendo sincera, ele e a Guinevere não demonstram química nenhuma para eu pelo menos conseguir torcer para que eles fiquem juntos no final.
Um romance blah, com personagens blah e com acontecimentos completamente irrelevantes para o desenvolvimento da história.
E sabe qual o pior disso tudo? Eu realmente não posso afirmar que o romance dela é realmente com o Arthur porque os hormônios dela (a Guinevere) não deixam isso muito claro pra mim.
O plot twist mais óbvio que eu já vi na minha vida
Eu sei que conhecemos a história e que, talvez existam um número limitado de abordagens diferentes para a mesma coisa. Mas o vilão desse livro era completamente esperado desde a primeira página e a forma como ele nos foi apresentado é muito… aleatória.
São 300 páginas de absolutamente nada de relevante acontecendo no livro para que o personagem com mais tendencias e oportunidades de ser o vilão fosse revelando, obviamente, como vilão.
E não foi por falta de opção, ok?
Houveram momentos no livro em que eu realmente pensei que a Kiersten White não seria tão óbvia assim e que a proposta do livro, no final, me surpreenderia tanto que a minha opinião mudaria completamente.
Tínhamos uma cartela de personagens interessantes e linhas de abordagem que a autora poderia utilizar para uma boa reviravolta. Os acontecimentos estavam ali, apenas não foram utilizados em todo o seu potencial.
E assim, infelizmente, seguimos até a última página com um enredo arrastado e óbvio e sem nenhum acontecimento realmente chocante para fazer a minha leitura valer a pena.
A Farsa de Guinevere foi uma grande decepção literária, principalmente porque eu estava muito disposta a gostar de um livro da Kiersten White e achei, de verdade, que esse seria o meu livro. E não foi. E eu comprei o segundo livro (antes de ler o primeiro) e agora eu não quero mais continuar a série. O que fazer?
Infelizmente, acho que Kiersten White não é pra mim. Espero que, algum dia, eu encontre um livro da autora que me fascine tanto quanto fascinou outros leitores. Por enquanto, não é esse.
Eu desisti da Kiersten White nas primeiras 100 páginas do livro A Filha das Trevas… A escrita dela é realmente confusa.
https://expressoliterarios.blogspot.com/
Eu ainda não conheço as letras da autora, mas já li muita coisa referente a isso, sobre o fato dela fazer uma bagunça tão grande no enredo que ao invés de solucionar as coisas, escreve apenas para “encher linguiça”.
Uma pena, pois esse universo de Arthur é tão vasto e daria para tecer muitas histórias sobre esse universo fantástico.
Mas pelo jeito só salvou-se a capa que é lindíssima! rs
Beijo
Angela Cunha/O Vazio na flor
Esse livro eu nao tenho tanta curiosidade em ler, as historia do rei arthur nao me pega de jeito nenhum, poucas historias baseadas nisso que tenho vontade e ainda assim fico com um certo receio de n gostar por conta disso. Nao sei….
Da autora ainda nao li nada, mas tenho vontade de ler um outra serie dela, acho que é mais romance historico. Bem curiosa.’
Aaaaa! A tal expectativa…. as vezes nos prega uma peça.
Não conheço a escrita da Kirsten. Sei é que ou amam as histórias ou não curtem absolutamente nada
Olá! Como eu não sou muito fã da Guinevere, confesso que o livro não despertou meu interesse e pelo visto, não estou perdendo muita coisa, o que é ótimo, afinal a lista é enorme, então deixar passar um livro assim e até positivo (risos), a vontade já era pequena, depois dessas ressalvas tornaram-se nulas.
Entao….pelas Brumas de Avalon a Guinevere foi usada como troca, o pai da Guinevere tinha otimos cavalos e Arthur queria….ai o pai de Guinevere deu os cavalos em troca de Arthur casar com ela e ainda por cima Guinevere se apaixona por Lamcelot, primo de Arthur