A obra de Dostoiévski influenciou a cultura do mundo inteiro, seus livros são consagrados, clássicos da literatura universal. O maior mérito da obra do escritor russo é o fato de conseguir enxergar tão a fundo na psique humana. Muito dos seus trabalhos serviram para estudos que vão desde a psicanálise a filosofia, Dostoievski viu o melhor e o pior do ser humano muito antes de Freud e Jung fundarem a psicologia. Por sua importância e influência, seus livros foram adaptados para o cinema, televisão e, porque não, quadrinhos. André Diniz, ilustrador e quadrinista carioca é o responsável dessa adaptação lançada em 2018 pela Quadrinhos na Cia.
Para retratar o clássico O Idiota, André Diniz escolheu mesclar a arte do lubók, arte russa, com a nossa estética do cordel, essa combinação gerou um traço único e expressivo, tão importante na hora de contar uma história tão densa quanto a desse livro. Outro ponto escolhido pelo brasileiro foi o de evitar o excesso de falas, a maior parte da adaptação é feita através dos quadros, deixando que os diálogos aparecem apenas quando é extremamente necessário. Para essa escolha de narrativa, o traço mais uma vez se sobressaiu, a expressividade dos personagens foram certeiras na hora de mostrar a dor e o tormento.
A história criada por Dostoiévski, e adaptada por André Diniz, conta a história do Príncipe Míchkin, um jovem que passou a vida toda em um sanatório sendo tratado de epilepsia. Míchkin é o nosso idiota, chamado assim por ser extremamente bondoso e caridoso, uma espécie de mistura entre Jesus Cristo e Don Quixote. A vida do Príncipe fica conturbada após voltar para a Rússia e se envolver em um triângulo amoroso com Rogójin e Nastácia Filíppovna.
O número de personagens é reduzido se comparado ao romance original, Dostoiévski é conhecido pelos romances extensos, escritos dessa forma para gerar o máximo de lucro possível. O autor russo era pobre e viciado em jogos, a escrita era sua única forma de sobrevivência, André Diniz enxuga muito do livro original deixando apenas o necessário.
A adaptação contribui muito para instigar jovens leitores a conhecer mais do livro original. O quadrinho se basta por si só, e a história é bem compreensível para quem nunca leu o livro, ou conheceu Dostoiévski. Fato é que o enredo é bom, os personagens profundos. Quando cheguei ao fim quis ir correndo atrás de O Idiota, ler mais sobre essas pessoas e passar mais tempo com elas.
Recomendo para todo mundo essa adaptação, ainda mais por ser fã do escritor russo, muitas vezes o tamanho dos livros ou a diferença cultural afastam as pessoas, uma boa adaptação ajuda muito a trazer o romance original para mais próximo de nós e incentivar a leitura. Quero conhecer mais do trabalho do André, adorei o traço dele e a forma como ele faz a quadrinização, é um trabalho difícil contar uma história sem se utilizar de diálogos e ele fez mais do que bem.
Adoreeeeei sabe dessa HQ, eu não conhecia ela nem o autor. Vou adicionar ao meus desejados para comprar. Quero esse ano se der comprar pelo menos uns 5 hqs.
Oi, Beatriz,
Com bastante âmbito, o personagem se destaca – ao mesmo tempo em que, o enredo traz consigo assuntos de grandes relevâncias e que são perceptíveis.
Olá! Acho que é uma ótima maneira de conhecer um livro considerado por muitos um clássico, o fato de ser HQ e estar mais resumido ajuda a não espantar o leitor, e mesmo assim o autor conseguiu fazer um enredo que não nos obriga a ler o original, mas sim incentiva a descobrir mais sobre a obra.
Oiee!
Acho esses livros em quadrinhos perfeitos para incentivar a leitura dos nossos jovens, já que esse estilo consegue fazer com que eles se prendam mais a leitura.
Pra presentear é uma ótima dica *-*
Bjs!