Algumas leituras nos marcam de formas que nem imaginamos ou percebemos. Escrito por Angie Thomas no ano passado, em sua estreia como autora, O Ódio Que Você Semeia é uma dessas leituras marcantes e impactantes – promovendo, inclusive representatividade e conteúdo para debate e reflexão. Para a alegria de vários leitores, o livro está sendo adaptado para o cinema e, em breve, poderemos assistir.
Ler uma história como a de Starr, protagonista do livro, é a certeza de refletir a respeito de temas como racismo, diversidade, amizade, identidade e resistência. Sabendo que temos uma espera até outubro, quando finalmente poderemos assistir a essa história nas telonas, e que alguns livros podem servir como um maravilhoso “aquecimento”, trazendo reflexões interessantes. Com isso em mente, aqui estão algumas dicas de leitura que, eu espero, aproveitem!
Americanah, por Chimamanda Ngozi Adichie
Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra.
Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.
Kindred, por Octavia E. Butler
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça. Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda.
Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida… até acontecer de novo. E de novo. Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
A Cor Púrpura, por Alice Walker
O romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery.
Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra extremamente atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.
Metade de Um Sol Amarelo, por Chimamanda Ngozi Adichie
Em meio à guerra fratricida que dividiu a Nigéria com a malograda tentativa de fundação do estado independente de Biafra, um grupo de pessoas busca provar a si mesmas e ao mundo que é capaz não só de sobreviver, mas também de resguardar seus sonhos e sua integridade moral. Garoto de aldeia, Ugwu procura se ajustar a uma realidade em rápida transformação. Olanna é uma moça da alta sociedade que se torna professora universitária e vive com Odenigbo, que abraça a causa revolucionária.
Jornalista com ambição de se tornar escritor, Richard se apaixona pela irmã de Olanna, Kainene, figura esquiva, que reage com pragmatismo ao desmoronamento da nação. Baseado em fatos reais transcorridos na década de 1960, este romance da premiada escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie vai além do mero relato, transformando- se em um grandioso painel sobre indivíduos vivendo em tempos de exceção, um livro que a crítica internacional aproxima de V. S. Naipaul, Chinua Achebe e Nadine Gordimer.
Persépolis, por Marjane Satrapi
Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita – apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama – e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
Eu espero que vocês tenham gostado muito dessa lista! Não deixa de me contar aqui nos comentários se vocês já leram algum desses livros ou quais livros vocês recomendariam para fazer parte dessa lista. Saber o que vocês gostam de ler é essencial para o blog viu? E não esqueça de se inscrever para participar do top comentarista de novembro, ok? Tem muita leitura maravilhosa esperando por você!