há muito o que ser dito sobre o visconde que me amava, mas o mais importante é: este é um excelente livro para dar continuidade a leitura de os bridgertons. se o duque e eu não foi a sua leitura favorita, não desanime, anthony bridgerton tem sex appeal suficiente para carregar esta leitura na costas e eu garanto que você não vai se decepcionar.
o que torna o segundo livro muito melhor que o primeiro é a profundidade emocional do nosso herói. enquanto simon basset carregava nas costas o peso da rejeição do pai, anthony carrega a responsabilidade de ser o chefe da sua família e o medo de que morrer jovem seja uma característica inegável do dna bridgerton.
a escrita de julia quinn no segundo livro flui muito melhor que no primeiro, talvez porque seja o livro da série que nos permita um contato mais íntimo com a família. por ser o filho mais velho, anthony foi o que mais conviveu com o pai, enquanto este estava vivo, por isso o seu livro acarreta muitas memórias, sentimentos e anseios que o duque e eu não conseguiu explorar.
“O amor não tem nada a ver com o medo de que tudo acabe, mas com encontrar alguém que o complete, que faça de você um ser humano melhor do que jamais sonhou ser.”
quinn consegue nos mostrar o que é ser um bridgerton entre quatro paredes. conseguimos explorar um pouco mais da relação de violet (a matriarca) e o seu filho mais velho, mas também começamos a entender parte do dever de ser o chefe da família: o casamento.
quando anthony decide se casar parte deste desejo é genuíno, mas outra parte é por puro e simples dever aristocrático. nosso herói é frio e pragmático a respeito de sua decisão e, para a sorte do leitor, é quando kate sheffield é apresentada.
existe um inúmeras coisas que eu gosto em kate, mas a que mais se destaque é a resiliência. mesmo vindo de uma família pobre, tendo que esperar a irmã mais nova atingir a idade para debutar, kate está contente com sua vida e nutri um amor sincero pela madrasta. essa mudança de ares o enredo da nossa heroína torna kate mais real para o leitor.
e claro que eu não poderia deixar de mencionar que sua personalidade protetora, língua afiada e comportamento desajeitado são tudo, se não mais, do que o suficiente para transformar o nosso visconde libertino no mais doce dos homens, não é?
o relacionamento deles é a melhor parte do livro. os diálogos são divertidos, mas julia quinn consegue transformar a implicância em amizade de uma maneira tão gradativa que o leitor quase não percebe essa mudança acontecendo. logo, quando eles se apaixonam, a sensação é de que tudo foi tão natural que você até se esquece que está quase terminando a leitura.
é um tanto óbvio porque este acaba sendo o livro favorito da maior parte dos leitores.
a fragilidade do anthony em relação a morte do pai foi, pelo menos para mim, o ponto que me conquistou nesse livro. por algumas páginas, não se tratava mais de um lorde, visconde ou qualquer coisa do tipo, mas de um homem que havia perdido seu pai e ainda não tinha se permitido sentir o luto por completo.
a forma como kate e anthony ajudam um ao outro a navegar as suas dificuldades emocionais faz com que o visconde que me amava seja o perfeito segundo livro dos bridgertons, criando anseio no leitor de continuar próximo desses personagens ao mesmo tempo desesperado para reviver esse romance mais uma vez.