Se você está chegando aqui agora, e não tem acompanhado as resenhas de A Garota do Calendário, deixe-me atualizá-lo do que estamos falando, certo? Mia Saunders precisa de 1 milhão de dólares para pagar a dívida do seu pai com um agiota. Para isso, ela arruma trabalho como acompanhante de luxo na empresa de sua tia afim de pagar a sua dívida mensalmente. A cada mês ela se encontrará em uma nova cidade acompanhada de um homem rico, com quem ela não precisa transar se ela não quiser. Até o presente momento já passamos por Janeiro, Fevereiro e Março, onde tivemos a chance de conhecer homens lindos e sensuais que, contribuíram para a vida de Mia de alguma forma.
Em Abril, nossa heroína tem como cliente um astro do beisebol, Mason, de Boston, que precisa desesperadamente que Mia finja ser sua namorada para melhorar a sua imagem pública. Seria tudo muito fácil, se Mason não fosse o tipo de cara que não consegue ouvir não de uma mulher. Além de ter que lidar com o temperamento difícil do seu mais novo cliente, Mia também que terá que lidar com seus próprios sentimentos, principalmente quando se trata de Wes, o cara que conhecemos em Janeiro e deixou uma marca em Mia que ela mesma não estava preparada.
Preciso começar essa resenha dizendo que A Garota do Calendário tem potencial para ser um livro que vai muito além de sexo, embora a ideia central do livro seja justamente o erotismo do enredo. Porque? Bem, mais uma vez a autora coloca a personagem em uma situação que potencializa seu crescimento no enredo, mas de alguma forma, isso não acontece. Eu realmente estava com grandes esperanças para o cliente de Abril, principalmente porque a situação era completamente diferente dos clientes anteriores – e isso é tudo o que eu posso falar sem spoilers.
Em A Garota do Calendário Abril a autora nos presenteia com um grande conflito emocional envolvendo nossa personagem principal e o cliente de Janeiro, Wes. Apesar de eu gostar da química entre os dois, o relacionamento vem fugindo do controle desde que ele reapareceu no mês anterior, Março. Sempre achei que Mia tivesse controle do que queria e dos seus objetivos, mas acho que quando se trata de relacionamentos, ela tem tendência a meter os pés pelas mãos – e que mulher não faz isso, certo? O problema é que tudo para ela sempre se resume a vontade sexual, o que a leva a tomar decisões que, do meu ponto de vista, a torna infiel ao que diz sentir.
O sexo de A Garota do Calendário Abril, aos poucos começa a deixar de ser um elemento divertido e instigante na história, para se tornar algo repetitivo e um tanto sem graça. Mason, cliente deste livro, tem uma personalidade agressiva, de homem machista que acha que as mulheres são simples objetos para o seu próprio prazer. Não gostei dele, e nem de como ele se desenvolveu ao longo do livro. Levantar essa bandeira de “mulher certa” e essa mulher certa ter um estereótipo imposto pela sociedade não me agradou. Sabe o “bela, recatada e do lar”? Basicamente.
O enredo teve várias cenas que me deixaram bastante incomodadas durante a leitura. Primeiro, as investidas e os diálogos de Mason e Mia. No começo as piadas eram engraçadas, mas aos poucos tudo se tornou repetitivo e junto com isso, o enredo se tornou bastante previsível. O que eu realmente não esperava era rever o cliente de Fevereiro, e não gostei nada dos motivos pelo qual o personagem foi trazido de volta a trama. Achei que ele teve um “closer” no segundo livro que foi suficiente.
O único ponto positivo desse quarto volume, e ainda o motivo de eu continuar lendo essa série, é o fato de que Mia é uma personagem fácil de você se identificar. Mesmo com todas as decisões tomadas, eu consigo entender os incômodos que ela tem em relação a Wes, e as inseguranças que ela carrega consigo desde o começo do livro. Ainda assim, acho que Abril foi o mês de menor desenvolvimento da personagem, talvez porque não era esse o foco que a autora tinha para esse livro, ou o próximo volume nos apresentará um desafio ainda mais complicado.
A Garota do Calendário é uma série que desafia qualquer leitor que não goste muito de erotismo, mas ainda assim, se você conseguir focar nos pontos positivos que a autora traz para o enredo, pode ser uma leitura bastante agradável. A escrita da Audrey Carlan não decepciona, e a personagem principal tem o ponto positivo de ser fácil de se identificar. E se você já é um leitor que curte livros com esse tom mais erótico, A Garota do Calendário é uma série que você precisa ter na estante.