Eu nunca faço post sobre os eventos que eu vou aqui no blog – coisa que a gente precisa mudar, eu sei. Mas esse aqui é muito especial porque foi o 2° encontro do blog que eu realizei em quase 5 anos de existência e eu precisava demais compartilhar cada momento dessa experiência com vocês. Sempre que eu penso nesse blog, eu lembro do momento em que eu publiquei a minha primeira resenha, sem nem ao menos saber que era isso mesmo que eu queria fazer. E, todo esse tempo depois, eu tô aqui escrevendo o meu primeiro post sobre um evento literário organizado pelo blog. Muito louco isso, viu?
A ideia desse evento surgiu porque eu sou de uma cidade que tem apenas uma única livraria. Quando eu comecei a ler, essa livraria não existia, então a gente precisava ir na cidade vizinha para comprar livros, ou comprar pela internet, mas o principal é: a gente nunca teve um lugar para reunir leitores e conhecer outras pessoas que gostam de ler. Com tudo o que o blog me proporcionou ao longo desses anos, eu achei mais do que justo, levar de volta algumas dessas oportunidades para a cidade e, assim, a ideia de fazer o evento começou a surgir na minha cabeça.
A Livretto, que é a livraria da minha cidade, me deu todo o apoio possível para a realização desse evento. E eu tenho que agradecer mesmo porque eu nunca organizei um encontro literário dessa forma, não sabia o que esperar do público leitor da cidade, até porque a gente nunca tinha tido um evento literário parecido com isso e sem o apoio e a disposição que eles tiveram de ceder o espaço, divulgar e correr atrás junto com a editora para fazer do evento um sucesso, eu acho que eu estaria sentada na escada do shopping apenas em lágrimas.
Me perguntaram porquê do tema “mulheres na literatura”. Eu venho sentido que o mercado literário está mudando e, por ser uma cidade do interior, talvez essa mudança demorasse um pouco para chegar ali e eu queria “acelerar” um pouco esse processo. Eu acho importante falar sobre como a figura feminina foi representada ao longo da história e de como algumas autoras tem dificuldades em ter o seu trabalho publicado por ter aquela velha ideia de que “mulher só escreve romance”, como se isso fosse um coisa ruim – o que não é, claro que não é.
Eu escolhi a Ray Tavares para participar desse evento porque eu gosto muito da voz dela como escritora. Eu gosto da forma como ela se posiciona sobre os assuntos e como ela se faz entender junto aos leitores do trabalho dela. Eu acredito que ter uma voz como a dela na literatura hoje é muito importante para que a gente possa começar a caminhar para novos tempos. E sabe? Foi apenas sucesso. A mesa de debate foi incrível, a gente conseguiu atingir vários pontos importantes da discussão e ainda foi possível conhecer um outro lado da história da Ray que eu mesma ainda não conhecia.
E foi lindo sabe? Eu estava muito nervosa porque eu não sou de falar em público, eu mal consigo gravar vídeo no YouTube, então imagina ficar na frente de uma quantidade grande de pessoas para apresentar o evento? Mas ficou tudo bem, e o evento fluiu de um jeito muito gostoso e eu senti uma resposta muito positiva de quem estava lá e acho que o nosso objetivo foi mais do que cumprido. Eu adorei ter essa experiência, de ter podido compartilhar com essas pessoas parte do que eu vivo com o La Oliphant e de ter tido uma recepção tão positiva do evento.
Eu só tenho que agradecer todo o apoio que eu recebi da equipe do blog (Rafaela, Vinicius, Bia), que estava presente em peso e totalmente dispostos a ajudar e a participar deste momento. Minha amiga Larine que despencou de SP para Barra Mansa só para participar da mesa e compartilhar a experiência dela não só como leitora, mas como mulher também. À Ray por ter sido essa pessoa incrível e ter topado fazer essa viagem longa e cansativa para conhecer a gente e compartilhar um pouco sobre o trabalho dela. Foi tudo muito mais maravilhoso do que eu tinha imaginado.
Às pessoas que participaram do evento e se dispuseram a acordar cedo e ir na Livretto: eu amo muito vocês. É sério, eu achei incrível ver todas aquelas pessoas ali, participando, querendo conhecer o trabalho da Ray, dando esse apoio incrível ao trabalho do La Oliphant. Dá muita vontade de chorar porque não é uma coisa que você acha que é possível acontecer e aconteceu, sabe? Eu tô muito feliz com o resultado do evento e tô louca para fazer o próximo!